O que fazer com o grande amor que recebo de Deus?

Certamente você já deve ter feito esta pergunta a si mesmo em algum momento de sua caminhada cristã. Em 1 João 3:1a, vemos que esse amor vai muito além de salvação pelos pecados, mas também nos dá um título. “Vejam como é grande o amor do Pai por nós. O seu amor é tão grande, que somos chamados de filhos de Deus e somos, de fato, seus filhos.” (NTLH)

Foi pelo entendimento de que era filha amada, que Lis Lopes, 33 anos, iniciou sua jornada missionária. Filha de pastores, todo o aprendizado que teve na infância e adolescência geraram frutos ao auge dos seus 21 anos de idade. Neste período, ela havia se formado professora de Educação Física pela faculdade Caratinga, em Belo Horizonte, Minas Gerais, e concluído, inclusive, pós-graduação em exercício físico para pessoas especiais.

No entanto, sua real conversão aconteceu em 2010, em seu último ano da pós. Naquele tempo ela estava afastada da igreja, mas seu encontro real com o Senhor a fez entender que um amor tão grande assim não deveria ficar “guardado” somente com ela, mas também anunciado. “Deus me ama tanto que eu preciso contar desse amor”, relata a missionária. “Eu bebia. Tive que passar por um processo de libertação mesmo. De mudar tudo, o jeito de vestir, de se comportar, de falar, as escolhas, os pecados, até amizades”, conta.

Em outros campos

Lis fazia estágios e dava aulas como professora. No entanto, Deus tinha algo para ela fora das quadras e salas de aula. Ele a estava levando a outros campos. Foi então que ela, após ter o entendimento de que o seu chamado específico era para missões, iniciou seminário no Centro Evangélico de Missões, em Viçosa, Minas Gerais, no ano de 2012.

Em um dos cultos no seminário, o então líder da OM na época, Pr. Júlio Moromisato Jr., era o pregador da noite e comentou sobre o trabalho do Navio Logos Hope. Este foi o primeiro contato que Lis teve com a Operação Mobilização. “Meus amigos ficaram falando que era ‘a minha cara’. Mas eu nunca tinha ouvido falar [do navio]. E aí eu comecei a ver as possibilidades dos ministérios e eu comecei a orar sobre isso”, recorda.

Meses depois, como uma espécie de conclusão prática do curso no seminário, Lis desembarca na Zâmbia, acompanhada de uma outra missionária. No entanto, ela não fazia a menor ideia de que aquela mulher integrava a OM. Foi então que Lis decidiu fazer o treinamento e pouco tempo depois já estava a bordo do Logos Hope. “Ela foi falando tudo o que a OM fazia e no início do outro ano eu fui fazer o treinamento e entrei para a OM. Passei também por um processo para aprender o inglês, morei na Inglaterra por alguns meses e vim direto para o navio”, conta a missionária que esteve a bordo do navio entre fevereiro de 2016 a março de 2020.

Mobilizando

Lis passou por diversos países e designou diferentes funções a bordo do navio, no entanto, acredita que o cumprimento do Ide descrito em Marcos 16:15 não é uma tarefa tão fácil. “A OM fala muito sobre mobilização e somos chamados para isso, mobilizar pessoas por onde passarmos”, enfatiza.

Ela também crê que uma das principais tarefas do missionário é levar uma informação básica ao mundo.

“Precisamos trazer clareza do que tem sido feito ao redor do mundo, que são 3 bilhões de pessoas que não ouviram falar de Jesus ainda e mostrar a necessidade humana, de falta de pessoas compromissadas. Trazer consciência daquilo que acontece”, completa.

Em sua opinião, para mobilizar alguém ou um grupo de pessoas, é necessário identificar o estágio em que ela ou eles estão. “Tem gente que nunca ouviu falar [de Jesus], tem gente que tem o chamado e tem gente querendo ir. Compartilhar as ferramentas e orientar as pessoas para que elas possam fazer algo também”, explica.

Milagres a bordo

Se existe um fato que todo OMer tem para compartilhar, este seria todos os milagres e experiências vistos e vividos durante a trajetória missionária. Lis conta que durante sua jornada no Logos pode presenciar vários deles, mas alguns são destaques para ela.

“Foi o meu primeiro porto [em Moçambique] e tinha uns três, quatro meses que não chovia. Foi feito um pedido num culto de oração e ficamos dias orando para que chovesse. Três dias depois começou a chover. Foi bem legal ver o poder da oração,” conta em tom de alegria.

“Eu lembro que fomos à Guiana e a comunidade chinesa do navio percebeu que tinha muitos chineses lá. Então eles começaram a se encontrar com eles e no final conseguiram implantar uma igreja lá. Isso em duas semanas. Foi bem legal. Muita gente acha que não dá fruto por ser tão rápido. Algo legal do navio é que às vezes a gente estava no processo na vida de alguém para plantar, às vezes regar e às vezes colher. Então a gente via isso muito claro, de pessoas voltarem para o navio e falarem: ‘Ah, vocês estiveram aqui há 20 anos atrás e eu nunca tinha ouvido falar de Jesus, hoje sou pastor’”, celebra Lis, pois para ela o melhor dessas experiências é poder testificar o poder do nosso Deus.

Uma das experiências mais marcantes que ela também teve foi poder ajudar a reconstruir casas, após o furacão Irma atingir Antígua e Barbuda, no Caribe. “O navio chegou para ajudar a reconstruir algumas coisas. Foi na ilha de Barbuda, que devastou todas as casas, escolas, hospitais. Parecia uma cena de guerra. Nunca vi uma coisa tão triste. Tudo no chão. E fomos ajudar a reconstruir alguns telhados para que as pessoas pudessem começar a reconstruir parede e tal. E chegamos na casa de uma senhora que não tinha uma parede em pé, não tinha nada. Estava tudo caído. Chegamos lá e ela estava limpando tudo sozinha e ela tinha uns 70 anos. E ela foi e falou assim: ‘eu estava aqui orando e eu estava muito triste porque eu estou aqui sozinha. Mas Deus falou que ia enviar um grupo de jovens para me ajudar. E eu fiquei questionando, não tem ninguém na ilha. Há cinco minutos que fiz essa oração.’ E éramos um grupo de 20 pessoas e conseguimos limpar a casa dela”, relembra a missionária que foi impactada pela simplicidade e a fé daquela mulher que havia perdido absolutamente tudo.

Além de quatro paredes

Natural de Minas Gerais, Lis hoje mora sozinha em São José dos Campos onde é missionária integral na igreja a qual frequenta. Além disso, ela está à frente de um projeto social com esportes e um Pequeno Grupo ministrado na língua inglesa.

Mas ela também chama a atenção para algo que está enraizado na cultura cristã do nosso país, a falta de compromisso de muitos.

“As pessoas não misturam profissão com religião. As pessoas têm duas vidas. Isso afeta muito a igreja. Por exemplo, o esporte é minha área e eu quis usar isso para a glória de Deus. Acho que falta ter essa visão de que 24 por dias somos cristãos, que podemos servir a Deus em todo o tempo e fora do templo”, enfatiza.

Lis também deixa um recado para todos aqueles que desejam iniciar a jornada missionária. “Uma vez eu ouvi uma frase que diz ‘a nossa emergência não opera a urgência de Deus’, o que quer dizer isso? Muitas vezes quando somos jovens queremos fazer as coisas apressadas, queremos dominar o mundo. Você precisa se preparar primeiramente, se você não tem inglês, se você não tem curso técnico, se você não tem uma faculdade, alguma coisa você tem que ter para apresentar e não chegar de mãos vazias diante de Deus. E ele vai usar isso”, pontua.

10 anos na OM

Hoje, Lis está em processo de transição e sua base atual é o Brasil. Ela aguarda para saber os próximos passos que deverá seguir, mas se mantém confiante de que está onde deveria estar, principalmente por poder servir o Reino de Deus fazendo parte da OM.

“Eu gosto muito da seriedade da Organização de querer mesmo alcançar [o próximo]. Os objetivos são muito claros e isso me faz querer fazer parte”, conclui.

Texto escrito por

Vivian Ferraz

Jornalista Voluntária

admin

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